Os Estados Unidos estão em negociações para oferecer anistia ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em troca de sua saída do poder. A informação foi divulgada pelo “The Wall Street Journal” e confirmada por fontes do governo norte-americano. A proposta inclui garantias de que Maduro e seus principais aliados não serão perseguidos politicamente.
Disputa Eleitoral na Venezuela
A Venezuela realizou eleições recentemente, e a oposição alega ter vencido o pleito. No entanto, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), aliado de Maduro, proclamou a vitória do atual presidente com 52% dos votos, sem divulgar as atas eleitorais. A oposição, por sua vez, afirma que seu candidato, Edmundo González, venceu com 67% dos votos, baseando-se em atas digitalizadas.
Recompensa e Acusações
Em 2020, os EUA ofereceram uma recompensa de US$ 15 milhões por informações que levassem à prisão de Maduro, acusado de conspirar para levar cocaína aos Estados Unidos. Caso a negociação de anistia seja bem-sucedida, Washington cancelaria essa recompensa.
Reação da Oposição
A oposição venezuelana também se mostrou disposta a oferecer garantias de proteção a Maduro, caso ele aceite uma transição gradual de poder. No entanto, Maduro rejeitou a possibilidade de negociação e pediu que a líder oposicionista María Corina Machado se entregasse à Justiça.
Negociações Anteriores
As negociações para a anistia de Maduro não são novas. No ano passado, os EUA já haviam feito uma oferta similar em negociações secretas realizadas em Doha, no Catar. Essas conversas, no entanto, não avançaram.
Pressão Internacional
Diversos países, incluindo Brasil e Estados Unidos, têm pressionado Caracas para divulgar as atas eleitorais. A Suprema Corte da Venezuela iniciou uma auditoria das eleições e afirmou que o resultado será “inapelável”. O Brasil já declarou que não reconhecerá o resultado sem a divulgação das atas.
Implicações para o Futuro
Se a negociação de anistia for bem-sucedida, poderá abrir caminho para uma transição pacífica de poder na Venezuela. Isso também poderia melhorar as relações entre os EUA e a Venezuela, que têm sido tensas nos últimos anos.