Em 2025, o agronegócio brasileiro enfrenta um período de transição significativo com a implementação da Reforma Tributária, estabelecida pela Emenda Constitucional nº 132/2023 e regulamentada pela Lei Complementar nº 214/2025. Essa reforma visa simplificar o sistema tributário nacional, mas traz consigo desafios e oportunidades que exigem atenção especial dos produtores rurais.
Uma das principais mudanças é a substituição de tributos como PIS, Cofins e ICMS por novos impostos, como o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Essa transição pode impactar diretamente a estrutura de custos do setor agropecuário, especialmente no que tange à aquisição de insumos e à comercialização de produtos. A eliminação de benefícios fiscais anteriormente concedidos ao setor pode resultar em um aumento da carga tributária, afetando a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado interno e externo.
Além disso, a convivência de dois sistemas tributários até 2033 gera incertezas jurídicas e operacionais para os produtores rurais. A necessidade de adaptação às novas regras fiscais exige investimentos em tecnologia e capacitação, o que pode representar um desafio adicional para pequenos e médios produtores que já enfrentam margens apertadas. A falta de clareza nas normas e a possibilidade de bitributação são pontos críticos que demandam atenção e acompanhamento contínuo.
Por outro lado, a reforma também apresenta oportunidades para o setor agropecuário. A simplificação do sistema tributário pode reduzir a burocracia e facilitar o cumprimento das obrigações fiscais. Além disso, a uniformização das regras pode contribuir para um ambiente de negócios mais transparente e previsível, o que é positivo para investimentos e parcerias comerciais.
Para aproveitar essas oportunidades e mitigar os riscos, é fundamental que os produtores rurais adotem uma postura proativa. Isso inclui o planejamento tributário adequado, a atualização constante sobre as mudanças legislativas e a busca por assessoria especializada. A implementação de sistemas de gestão eficientes e a capacitação das equipes também são estratégias importantes para garantir a conformidade fiscal e a otimização dos processos.
Além disso, é essencial que o setor agropecuário participe ativamente dos debates sobre a reforma tributária. A mobilização política e a representação institucional são ferramentas importantes para influenciar a formulação de políticas públicas que atendam às necessidades e especificidades do agronegócio. A colaboração entre produtores, entidades de classe e órgãos governamentais pode resultar em soluções mais equilibradas e benéficas para todos os envolvidos.
Em termos de perspectiva econômica, a reforma tributária tem o potencial de impulsionar o crescimento do agronegócio brasileiro. A redução da carga tributária sobre insumos e a eliminação de distorções fiscais podem aumentar a competitividade do setor, tanto no mercado interno quanto externo. Além disso, a simplificação tributária pode atrair investimentos e fomentar a inovação no campo, contribuindo para a modernização e sustentabilidade do agronegócio.
Em resumo, a Reforma Tributária de 2025 representa um marco importante para o agronegócio brasileiro. Embora apresente desafios significativos, também oferece oportunidades para o fortalecimento e crescimento do setor. A chave para o sucesso estará na capacidade de adaptação, planejamento estratégico e mobilização do setor para influenciar positivamente as mudanças em curso.
Autor: Mikesh Tok