O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, voltou a criticar com veemência a atuação do governo federal, atribuindo a atual crise no agronegócio à ausência de políticas públicas eficazes. Durante a 78ª Exposição Agropecuária de Goiás, Caiado afirmou que o setor produtivo está sendo sufocado por medidas populistas e pela falta de compromisso com os trabalhadores do campo. Segundo ele, o agronegócio, que por anos sustentou a economia nacional, hoje enfrenta um cenário de descaso e de prejuízos, diante de uma gestão federal que falha em oferecer suporte real ao produtor rural.
A crise no agronegócio, segundo Ronaldo Caiado, é reflexo direto da alta inflação, dos juros elevados e da restrição de crédito que inviabilizam os investimentos no setor. O governador destacou a ausência de reajustes adequados nas linhas de crédito rural, que deveriam acompanhar a realidade econômica dos produtores. A falta de responsabilidade do governo federal para lidar com a crise no agronegócio, segundo ele, compromete a sustentabilidade e a sobrevivência de milhares de empreendimentos rurais, inclusive os de pequeno e médio porte que mais sofrem com a falta de apoio.
Os números apresentados por Ronaldo Caiado reforçam o impacto da crise no agronegócio goiano. Em 2024, foram registrados 122 pedidos de recuperação judicial no estado apenas no setor agropecuário. No cenário nacional, esse número ultrapassa 1.270 pedidos, revelando um aumento drástico em relação ao ano anterior. Para o governador, os dados mostram com clareza que a crise no agronegócio não é pontual, mas sim resultado de uma condução econômica desastrosa por parte do governo federal, que não consegue responder à altura das necessidades do campo.
Outro ponto abordado por Caiado durante seu discurso foi o enfraquecimento do empreendedorismo rural. Ele destacou que o governo atual, ao dificultar o acesso a recursos e desincentivar a formalização de pequenos negócios, está minando o espírito empreendedor do brasileiro. Para ele, a crise no agronegócio também se manifesta na dificuldade de criar alternativas de renda no campo, cenário agravado pela ausência de mão de obra qualificada e pela burocracia que emperra o desenvolvimento de novas atividades.
A crise no agronegócio, conforme apontado por Caiado, está sendo mascarada por pautas secundárias que desviam o foco das questões essenciais para o desenvolvimento do país. O governador criticou a atenção desproporcional dada a temas como o julgamento de manifestantes e outras polêmicas políticas, que, em sua visão, não contribuem para resolver os problemas estruturais que atingem a economia. Para ele, o Brasil deveria estar concentrando esforços em inovação tecnológica, incentivo à produção e modernização da infraestrutura rural.
Caiado também mencionou a reforma trabalhista como um avanço que está sendo desmontado. Ele afirmou que a crise no agronegócio se intensifica quando conquistas recentes, que ajudaram a tornar o mercado de trabalho mais flexível e competitivo, são ameaçadas por decisões políticas equivocadas. A insegurança jurídica e as constantes mudanças nas regras do jogo criam um ambiente hostil para o investidor e para o produtor, aprofundando os efeitos negativos da crise no agronegócio em todo o país.
A falta de diálogo entre o governo federal e os estados também foi duramente criticada pelo governador goiano. Ele ressaltou que não há uma coordenação efetiva entre os entes federativos para enfrentar os desafios do setor agropecuário. A crise no agronegócio exige, segundo Caiado, união e planejamento estratégico de longo prazo, com ações que envolvam desde a logística e o escoamento da produção até o acesso a crédito e à assistência técnica. Sem isso, o país continuará perdendo competitividade e oportunidades no mercado internacional.
Em sua fala final, Ronaldo Caiado reforçou a importância de colocar o agronegócio no centro das decisões de governo. Ele alertou que a crise no agronegócio, se não for enfrentada com responsabilidade e prioridade, poderá gerar consequências ainda mais graves para a economia brasileira como um todo. O campo precisa de políticas sérias, investimento constante e valorização daqueles que produzem alimentos para o Brasil e o mundo. Ignorar a gravidade da crise no agronegócio é comprometer o presente e o futuro do país.
Autor: Mikesh Tok