Com crescimento de 0,8% no 1º trimestre, Brasil caminha para confirmar projeção do FMI e, ao superar Itália, entrar para o grupo das oito maiores economias
O anúncio do crescimento de 0,8% do PIB no primeiro trimestre de 2024, resultando no acumulado de 2,5% nos quatro trimestres anteriores, fez o Brasil entrar na linha de ultrapassagem da Itália. E desse modo, se tornar a oitava maior economia do mundo. O resultado foi comemorado pelo Governo Federal.
Projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) coloca o País uma posição à frente no ranking (terminou 2023 em nono), enquanto estudo da agência Austin Rating já põe o Brasil à frente da Itália. O Brasil foi sétima maior economia do mundo entre 2010 e 2014. Em 2022, caiu para 11ª.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou a rede social X para anunciar o resultado e também a projeção feita pelo FMI, nesta terça (4), de que o Brasil crescerá 2,2% em 2024 e se tornará a oitava economia mundial. Lula reproduziu gráfico do fundo.
Haddad
“É um PIB que veio forte, conforme a previsão da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Veio exatamente igual à previsão que nós tínhamos, de 0,8%. Nós continuamos mantendo a previsão de crescimento para o ano na casa de 2,5%. Aliás, a maioria das casas estão revendo o PIB brasileiro para cima. Nós inicialmente imaginamos um PIB de 2,2%, já refizemos as contas para 2,5%, com ainda uma pequena incerteza, que é o impacto do ocorrido no Rio Grande do Sul sobre o crescimento econômico e sobre as contas nacional”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista coletiva nesta terça, após reunião com o ministro de Finanças da Espanha, Carlos Cuerpo.
O retorno do Brasil ao grupo das oito maiores economias do mundo era aguardado para o ano que vem, mas o Governo Federal acabou por antecipar o resultado. O presidente Lula havia repetido, em diferentes ocasiões, que a economia brasileira iria surpreender. No último dia 29 de maio, ao anunciar novas medidas de apoio ao Rio Grande do Sul, Lula voltou a vaticinar: “Eu sou teimoso em dizer que quem duvidar que a economia brasileira vai crescer vai quebrar a cara no final do ano”.
A história, se confirmada a trajetória ascendente no segundo semestre, vai repetir o ano passado, quando as previsões mais otimistas de consultorias e futurólogos ligados ao mercado posicionavam o Brasil abaixo de 1,5% de crescimento. Haddad repetiu em diversas ocasiões que apostava em crescimento “próximo à casa dos 2%”. Ao final de 2023, o Brasil registrou crescimento de 2,9% do PIB.
O anúncio do PIB positivo no primeiro trimestre de 2024, feito pelo IBGE nesta terça-feira, sucede e confirma outros resultados positivos que a atividade econômica vem registrando desde o início do ano. O aumento do nível de emprego – especialmente formal – e da renda média da população indicavam que o PIB reagiria bem.
Em 29 de maio, o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostrou que a população ocupada chegou a 100,8 milhões. Segundo o IBGE, o contingente cresceu 2,8% na comparação anual, o que equivale a mais 2,8 milhões de postos de trabalho frente ao mesmo trimestre móvel de 2023. Com isso, o número de trabalhadores com carteira assinada chegou a 38,188 milhões, um recorde da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Da mesma forma, o contingente de trabalhadores sem carteira também foi recorde, chegando a 13,5 milhões.
Outra medida da evolução do mercado de trabalho, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que registra os empregos com carteira assinada, recentemente confirmou a boa fase da economia. Com a criação de mais de 240 mil empregos formais em abril, o Governo Lula gerou, desde janeiro de 2023, mais de 2,2 milhões de vagas com carteira de trabalho.
A renda média dos trabalhadores, estagnada há aproximadamente dez anos, também ganhou fôlego no Governo Lula. Em 2023, cresceu 6,6% em um ano e massa salarial atingiu recorde histórico. O rendimento médio das pessoas ocupadas teve alta de 1,5% no trimestre e de 4% na comparação anual.
Outros indicadores positivos têm pavimentado o caminho. O rendimento médio das famílias – incluindo renda de emprego, outras fontes e também programas sociais – bateu recorde em 2023. O rendimento médio mensal real domiciliar per capita chegou ao maior valor da série histórica da pesquisa: R$ 1.848, com alta de 11,5% ante 2022. Em relação a 2019 (R$ 1.744), ano que anteriormente havia registrado o valor máximo da série histórica, a elevação foi de 6,0%.
Em 12 de abril, quando participou de inauguração da nova sede da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e comemorou anúncio de novos investimentos da ordem de R$ 125 bilhões pelo setor, Lula afirmou: “O país está pronto para se tornar uma potência. E não há hipótese de o governo não estar disposto a fazer o que for necessário para o país voltar a crescer, gerar mais empregos e mais renda. Este país pode virar uma grande potência econômica”.